AGENTES DE SAÚDE FAZEM MOBILIZAÇÃO POR MELHORES CONDIÇÕES.

Agentes de saúde se mobilizam por melhores condições
Vinícius Costa/JA

Mais de cem servidores ligados à saúde pedem pagamento de insalubridade e diferença referente ao salário mínimo.
Após promover assembleia geral na sede do Conselho Municipal da Saúde, cerca de 100 agentes de saúde foram às ruas pedir por melhores condições salariais. Os servidores municipais que atuam nos mais diversos bairros da cidade percorreram a Silva Paes até o Paço Municipal, onde culminaram seu protesto, ontem pela manhã.
De acordo com o agente de saúde da equipe 19 da Vila da Quinta, Alan Xavier, além da manifestação, os agentes decidiram em assembleia por uma paralisação de 24 horas, a qual se estenderá até o início da manhã de hoje. "A intenção é chamar a atenção da comunidade em geral e das forças vivas da sociedade rio-grandina para o problema enfrentado pelos agentes. Além disso, a categoria solicita uma reunião com o prefeito Fábio Branco", fala.
Segundo Xavier, desde janeiro deste ano, os agentes de saúde do Município estão recebendo menos de um salário mínimo. Ele fala que o pagamento da diferença prometida pelo Poder Executivo não havia sido depositada até ontem. Em entrevista ao Jornal Agora, a secretária municipal da saúde, Zelionara Branco, havia dito que a diferença seria quitada até o último dia 9.
Entre as reivindicações, a categoria manifesta-se pelo pagamento de insalubridade, diferença salarial a fim de atingir o salário mínimo, gratificação de PSF (Programa Saúde da Família) e adequação da Lei Municipal - que atualmente não prevê gratificação salarial apenas aos servidores da saúde com Ensino Fundamental. "O governo federal repassa mais de R$ 500 por agente a serem investidos com os agentes de saúde. No entanto, nosso salário é inferior ao mínimo e os recursos sequer são utilizados na melhoria dos locais onde os servidores atuam. Além disso, os agentes estão trabalhando com uniformes velhos e bolsas rasgadas, e não há investimento na aquisição de equipamentos e de outros materiais necessários no atendimento à saúde da comunidade", completa o agente.
Os agentes esperam ser recebidos pelo prefeito, "pois nossa reivindicação exige a regulamentação por lei, através de projeto a ser aprovado pelo Executivo", afirma Xavier.
Após a manifestação realizada na manhã de ontem, os agentes de saúde seguiram, à tarde, até a Câmara Municipal, onde pediram o apoio dos vereadores.



Indicativo de greve
Na próxima quarta-feira, os agentes de saúde reúnem-se novamente em assembleia para votar o indicativo de greve. O evento será realizado às 17h30min, na sede do Conselho Municipal da Saúde. A população deve estar atenta, pois caso os agentes entrem em greve, diversos serviços serão paralisados. Entre os trabalhos que deverão ser diretamente atingidos pela greve estão a pesagem dos beneficiários do Programa Bolsa Família, agendamento de consultas nos postos e unidades de saúde, entrega dos agendamentos, visitas domiciliares, entre programas para hipertensos e de planejamento familiar. Atualmente, Rio Grande possui 164 agentes de saúde. Destes, mais de 100 aderiram à paralisação de 24 horas e devem votar favoravelmente à greve se a Prefeitura não pagar a diferença salarial correspondente ao valor do salário mínimo.
Alan Xavier argumenta que em fevereiro os agentes de saúde encaminharam um ofício ao prefeito, a fim de agendar uma reunião com o chefe do Executivo. "Mas até o momento não obtivemos resposta", argumenta.


Contraponto
Em nota enviada no fonal da tarde de ontem, após a manifestação, a Prefeitura divulgou que o pagamento da diferença salarial será amanhã. O valor é referente aos meses de fevereiro e março.
Segundo o secretário municipal de Administração (SMA), Nelson Nascimento, o pagamento da folha suplementar aos servidores já teria sido autorizado pelo prefeito Fábio Branco.