BEBÊ DE (1) UM ANO E TRÊS MESES É INTERNADO VITIMA DE OVERDOSE DE COCAINA.

Pollyanna Santos de Camargo, de 18 anos, mão do bebê de um ano e três meses que foi internado no Pronto-Socorro de Várzea Grande (MT), na região metropolitana de Cuiabá , em decorrência de uma overdose de cocaína, será indiciada por tentativa de homicídio culposo (sem intenção de matar). Ela foi presa na tarde desta segunda e a delegada Liliane Santos Costa, de Várzea Grande, abriu um inquérito para apurar o caso.

O menino (G.S.C.) teria ingerido 3 gramas da droga na noite do último sábado, que encontrou sobre a cama da mãe, que já foi presa nove vezes por posse de drogas. Pollyanna está detida e nesta segunda prestou depoimento à polícia de Várzea Grande, que deve indiciá-la por tentativa de homicídio culposo.

"Não há dúvida de que as convulsões que a criança sofreu são decorrentes da ingestão da pasta de cocaína", disse o médico João Botelho, diretor do Pronto-Socorro.

A criança deu entrada no hospital às 22h de sábado com um quadro convulsivo grave. Segundo a polícia, a mãe do bebê, Pollyanna Santos de Camargo, de 18

anos, que é viciada, teria feito uso da pasta-base e desmaiado na cama. A criança, que estava ao seu lado, abriu uma trouxinha e colocou o conteúdo na boca. Ao entrar no quarto, a avó Marli dos Santos, de 34, percebeu que a criança estava tendo convulsões. Moradora de um bairro pobre de Várzea Grande, ela pegou o bebê, conseguiu carona com um motociclista e o levou ao Pronto-Socorro.

Segundo o médico João Botelho, a equipe fez imediatamente uma lavagem estomacal e internou a criança na UTI infantil, de onde ela saiu apenas às 11h15 desta segunda.

"O bebê está bem. Não haverá nenhuma sequela", disse o médico João Botelho.

Espera-se que receba alta em breve. Os médicos acreditam que, por saber exatamente o que havia acontecido ao neto, a avó contribuiu para um atendimento eficaz. A lavagem estomacal foi realizada minutos após a criança dar entrada no hospital. Marli contou ao Conselho Tutelar que percebeu o vício da filha há cerca de seis meses, quando seu comportamento começou a mudar. Ela saía de casa por várias horas e voltava alterada, segundo o relato de Marli, que não sabe quem é o pai de seu neto.

"Acredito que o vício desta moça é bem anterior. Quando a família descobre, geralmente a situação já saiu do controle", disse a conselheira tutelar Luzia Rosa de Morais.

Ainda no sábado Pollyanna fugiu ao saber o que havia acontecido. Ela foi encontrada pelos policiais somente nesta segunda, na casa de uma amiga, e foi encaminhada à delegacia de Várzea Grande, onde prestou depoimento. Pollyanna reconheceu o vício e disse que começou a usar droga há pouco tempo.

"Quero parar. Eu faria tudo para ficar com meu filho. Faria e faço. Reconheço que errei e estou arrependida", disse ela, instantes depois de prestar depoimento. Ela deve continuar detida por mais alguns dias.

Pollyanna disse não se lembrar como a droga foi parar perto de seu filho. Ela acredita que a trouxinha tenha caído de seu bolso. O Conselho Tutelar vai acompanhar a família. A idéia, por enquanto, é manter o bebê com a avó, por quem ele demonstra bastante afeto, segundo a conselheira.

"A avó é uma pessoa responsável, trabalhadora e deseja muito ficar com ele. Tirar uma criança do convívio familiar é sempre traumático. Esta é a nossa última opção", disse a conselheira Luzia.

Marli, no entanto, teria mentido ao dizer que Pollyanna era menor de idade, o que pode compromete sua situação com a polícia. O Conselho Tutelar vai encaminhar a mãe do bebê para tratamento contra a dependência química. A resposta a este tratamento é que vai dizer se ela tem condições de permanecer com o filho. A família mora no bairro 24 de Dezembro, um dos mais violentos de Várzea Grande.

Segundo o major Helder Taborelli Sempio, a garota tem um histórico de uso de drogas.

"Ela já foi presa nove vezes", disse o major Helder.