Chã Preta, Belém, Jaramataia, Jundiá, Minador do Negrão, Olho d’Água Grande, Ouro Branco, Paulo Jacinto, Porto de Pedras, Santa Luzia do Norte, Satuba, Roteiro, Santana do Mundaú e Piaçabuçu. Todas essas cidades alagoanas não registraram nenhum óbito de crianças menores de cinco anos, no primeiro semestre deste ano, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde.
Embora ainda lidere o ranking nacional, em comparação aos demais estados, a taxa da mortalidade infantil em Alagoas caiu em 2008 de 21 para 18 mortes a cada grupo de mil nascidos vivos.
Essa realidade se deve ao empenho dos profissionais de Saúde, que atuam diretamente com as gestantes e mães, levando informação, conscientização e orientação sobre a gestação e cuidados especiais nos seis primeiros meses de vida.
“A mortalidade infantil já está caindo em Alagoas e vai cair ainda mais. É necessário fazer mais e mostrar o nosso sentimento de indignação. Os investimentos estaduais na atenção básica, na ordem de R$ 10 milhões, vêm para fortalecer as ações do Programa Saúde da Família (PSF) e garantir que as pessoas tenham acesso à prevenção e promoção da saúde”, informou o secretário de Saúde, Herbert Motta.
A dona de casa Maria José Gomes da Silva, mãe de Lucas Gomes da Silva e Luan Gomes da Silva, gêmeos com cinco meses de vida, que reside no Povoado Santa Fé, em Chã Preta, foi convencida pelos profissionais do Programa Saúde da Família (PSF) a continuar a amamentação dos seus filhos.
“Eles são os anjos que chegam aqui em casa, todas as semanas, para acompanhar meus filhos, com a pesagem, e ver se eles têm alguma doença, e se estão se desenvolvendo bem. Pensei em deixar de dar o peito, mas eles me ensinaram que para evitar doenças e garantir o desenvolvimento, o leite do peito é a alimentação mais completa”.
O PSF atua como posto avançado das políticas públicas de Saúde adotadas pelo governo de Alagoas, com relação ao combate à mortalidade infantil. Eles são, em grande parte, responsáveis pela registro de “zero” óbito nos 13 municípios.
Por meio de fóruns microrregionais, o governador Teotonio Vilela Filho e o secretário da Saúde, Herbert Motta, estão se reunindo com o pessoal do PSF, médicos, enfermeiros e agentes comunitários de saúde, para sensibilizá-los sobre o papel que eles já desempenham no tocante à redução da mortalidade infantil e a assistência na atenção básica.
A prevenção e promoção da Saúde já foram incorporadas pela gestão municipal de Chã Preta, que encontrou nos profissionais do PSF os parceiros ideais conseguir o êxito de não notificar nenhuma morte de criança no primeiro semestre deste ano.
Para isso, a gestão municipal de Saúde, em parceria com a Sesau, vem orientando médicos, enfermeiros e agentes comunitários a percorrerem toda a zona urbana e rural, visando acompanhar, sistematicamente, as gestantes e mães de crianças com idade entre zero e cinco anos.
“Entendemos que para combatermos a mortalidade infantil em nosso município, tínhamos que contar com aliados que estivessem em contato direto com as gestantes e mães. Por isso, trabalhamos em parceria com os profissionais do PSF e nos esforçamos para que eles visitem as gestantes e as orientem sobre a importância do pré-natal, além de garantirmos que as crianças sejam acompanhadas periodicamente”, informou a coordenadora de Vigilância Epidemiológica de Chã Preta, Bianca Vasconcelos.
Ela disse que a comunidade recebe informações sobre os programas de suplementação de Vitamina A e ferro, além de cuidados básicos sobre o uso de hipoclorito de sódio na água para consumo humano.
Cobertura de 100% do PSF zera mortalidade infantil em Paulo Jacinto
Figurando na relação dos 14 municípios alagoanos que não registraram, no primeiro semestre deste ano, nenhuma morte de criança com idade entre zero e cinco anos de idade, o município de Paulo Jacinto atribui o resultado à cobertura de 100% do Programa Saúde da Família (PSF).
A informação é da secretária municipal de saúde, Elma Canuto, que após estruturar o serviço nas zonas rural e urbana, presenciou o índice de mortalidade infantil despencar, uma vez que no primeiro semestre de 2008 apenas uma criança com esta faixa etária foi a óbito; já no mesmo período deste ano, nenhuma morte foi notificada, de acordo com o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde (MS).
O trabalho desenvolvido pela equipe de atenção básica do município foi intenso e teve início com a seleção de profissionais comprometidos para integrar o PSF de Paulo Jacinto. Para isso, a Secretaria Municipal de Saúde contratou médicos que realmente cumprem suas cargas horárias e que visitam as gestantes e mães nas suas residências.
“Percebemos que, para enfrentar a mortalidade infantil, precisávamos contar com profissionais comprometidos e motivados. Para isso, selecionamos médicos que já têm algum laço efetivo com o município, que nasceram aqui e têm compromisso com os nossos munícipes”, revelou a secretária de Saúde, Elma Canuto.
A secretária resume em uma frase o sucesso alcançado por Paulo Jacinto. “Na guerra contra a mortalidade infantil não há milagre, há responsabilidade social, aliada à fé”.
Ela também destacou o papel dos agentes comunitários e dos enfermeiros que percorrem as residências e estão em contato direto com as gestantes e mães. “Esses profissionais são imprescindíveis no processo, pois eles repassam informações sobre a importância do pré-natal, aleitamento materno, que são ações fundamentais para garantir a saúde das crianças”, disse, lembrando a parceria com o Conselho Tutelar e as secretarias municipais de Assistência Social e Educação.
Paula Souza, mãe de Cleano Souza, de apenas cinco meses, comprova que a assistência prestada pelos profissionais do PSF faz toda a diferença quanto aos cuidados que são dispensados às crianças.
“As mães são assistidas periodicamente e, assim, é quase impossível vermos alguma criança doente, já que os profissionais do PSF estão sempre vigilantes, pois eles são verdadeiros guardiões do bem-estar e da saúde das mães e das crianças”, salientou Elma Canuto.
Governo faz investimentos para preservar vidas
O governo do Estado vem fazendo investimentos pontuais para que, até 2010, seja reduzido em 10% o índice de mortalidade infantil. Para isso, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) criou o Promater, programa que está estimulando o aleitamento materno e implantando o Programa de Triagem Neonatal.
O programa visa incrementar o atendimento nas unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e de Cuidados Intermediários (UCIs) neonatais, ampliar o número de leitos e o atendimento materno e infantil. Para isso, estão sendo investidos R$ 250 mil por mês, beneficiando 17 maternidades. A medida garantiu que, somente no ano passado, a mortalidade infantil fosse reduzida em 10,28%.
Segundo a diretora de Atenção Básica da Sesau, Myrna Pimentel, o Promater tem contribuído, decisivamente, para que o número de mortes de crianças seja minimizado.
“O PSF é um parceiro fundamental para enfrentarmos a guerra contra a mortalidade infantil. Por isso, os gestores devem ser o exemplo bem sucedido de Paulo Jacinto, que conta com 100% de cobertura e no primeiro semestre deste ano não notificou nenhum óbito de criança na faixa etária de zero a cinco anos de vida”, exemplificou. Ela salientou o trabalho do Comitê Estadual de Redução da Mortalidade Materna e Infantil nesse processo.
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