Ceará
Índice de infestação
Caucaia e Juazeiro do Norte são os municípios do Ceará com o
maior índice de infestação de larvas do mosquito que transmite a dengue, em
boletim divulgado pelo Ministério da Saúde. Caucaia tem índice de 2,6% e
Juazeiro, 2,1%
Thiago Mendes
Especial para O
POVO
thiagomendes@opovo.com.br
25 Nov 2009 - 00h23min
Dados divulgados ontem pelo
Ministério da Saúde mostram que o combate à dengue não pode ter descanso. Apesar
da redução nacional dos casos de morte (63,2%) entre janeiro e julho de 2008,
quatro municípios do Ceará com mais de 100 mil habitantes ainda apresentam
níveis de infestação de larvas do mosquito Aedes aegypti em situação de alerta.
Entre outubro e novembro de 2009, 163 prefeituras de todas as regiões
brasileiras visitaram domicílios com o objetivo de obter a média de infestação.
O Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) é uma
metodologia utilizada desde 2004 pelo Ministério da Saúde em cidades de regiões
metropolitanas, municípios com mais de 100 mil habitantes, de fronteira ou com
grande fluxo de turistas.
No Ceará, Caucaia, Crato, Fortaleza, Juazeiro
do Norte, Maracanaú e Sobral realizaram o LIRAa. Caucaia registrou o índice de
infestação mais alto, com 2,6%. Em segundo lugar aparece Juazeiro do Norte, com
2,1% de lares infestados, seguido do Crato, com 1,2%. Fortaleza aparece em
quarto, com índice de infestação de 1%. Na Capital, a média era de 0,5% em 2008.
Apenas Maracanaú e Sobral apresentam índices satisfatórios, com médias
respectivamente de 0,5% e 0%.
O coordenador de controle de endemias de
Juazeiro do Norte, Francisco Macêdo, destaca que a irregularidade do
fornecimento de água na cidade leva a população a ter em casa reservatórios e
tonéis sempre cheios. Segundo ele, o problema é combatido nas visitas às casas e
em palestras nas escolas.
De acordo com o coordenador, 100 agentes de
saúde cobrem a área do município realizando seis visitas anuais a cada
domicílio. Em Juazeiro, os bairros com maior infestação com larvas do mosquito
são Triângulo, Romeirão, João Cabral e Salesiano.
A falta d-água também
é apontada como explicação para os índices de infestação em Caucaia. Manoel
Messias, coordenador do programa de endemias do município, explica que o
problema se agrava no final do ano, com o período mais quente. ``As pessoas
começam a guardar água em tinas e tambores. Muitas vezes os agentes de saúde
encontram resistência por parte de alguns moradores para fazer o tratamento dos
reservatórios``, lamenta. A Prefeitura de Caucaia tem ações programadas entre os
dias 15 e 31 de dezembro para reforçar o combate à dengue.
COMO É REALIZADA A PESQUISA
>O município é
dividido em grupos (chamados de ``estratos``) de 9 mil a 12 mil imóveis com
características semelhantes. Em cada grupo, os agentes de saúde visitam cerca de
450 casas, lotes, terrenos baldios, estabelecimentos comerciais e prédios
públicos.
> Os estratos em que menos de 1% dos imóveis apresentam
infestação por larvas do Aedes aegypti são considerados em condições
satisfatórias.
Os grupos com índice de infestação predial de 1% a 3,9% estão
em situação de alerta; e com índice superior a 4% apresentam risco de surto de
dengue.
> A partir do Levantamento de Índice Rápido de Infestação por
Aedes aegypti (LIRAa), foi verificado que existem locais de Caucaia com índices
zero de infestação, como os bairros de Eldorado, Areanópolis, Patrícia Gomes e
Conjunto Araturi. Outros locais, porém, apresentaram números preocupantes. O
estrato formado por Araturi, Marechal Rondon e Jurema apresentou média de
infestação de 5,09%, o que representa, de acordo com os parâmetros do Ministério
da Saúde, risco de surto de dengue.
FONTE: Ministério da Saúde
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